"1Bem-aventurado o
homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2Antes, o seu
prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. 3Ele é como árvore
plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido.
4Os ímpios não são assim;
são, porém, como a palha que o vento dispersa. 5Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os
pecadores, na congregação dos justos. 6Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho
dos ímpios perecerá.”
Salmos 1:1-6 - ARA
Compreender os conceitos de devoção, adoração e louvor parece ser essencial para uma vida espiritual vibrante e significativa. Essas práticas estão intrinsecamente ligadas à relação com Deus e são fundamentais na expressão da fé e devoção a Ele. Por esta razão precisamos introduzir cada um desses conceitos, destacando suas pertinências, relevâncias e expressões dentro da fé cristã, compreendendo o papel de cada um na comunhão com o Pai.
Devotando
Definida
como uma profunda dedicação ou compromisso com algo ou alguém, a devoção, em um
contexto espiritual, refere-se à entrega total a Deus, consequentemente manifestada
em ações, pensamentos e emoções. A devoção envolve um amor fervoroso e uma
busca constante por uma comunhão ativa com o Criador.
Na
Bíblia, encontramos inúmeros exemplos de indivíduos devotos a Deus, como o Rei Davi,
que é descrito como um homem segundo o
coração de Deus (Atos 13:22), e Maria, irmã de Lázaro, que escolheu a melhor parte ao se assentar
aos pés de Jesus para ouvir sua palavra (Lucas 10:39). Esses exemplos nos
inspiram a uma devoção semelhante, colocando Deus no centro de nossas vidas e
priorizando nosso relacionamento com Ele sobre todas as coisas.
Aqui
se faz necessário aprofundar um pouco a questão. É muito comum que a devoção
seja entendida como um estilo de vida, em que introduzimos hábitos e rotinas
que expressem devoção em comportamento piedoso. Acontece que a devoção é muito
mais que isso, ao mesmo tempo que muito menos que uma lista de condutas assumidas,
que se ocupe em mimetizar exemplos bíblicos.
Há
um trecho na Bíblia em que podemos notar a simplicidade conceitual da devoção,
ainda que aponte para questões infinitamente profundas. Podemos encontra-lo
logo que abrimos o Livro dos Salmos. O capítulo primeiro explicitamente apresenta
o que é a vida de um devoto em comparação com a de um ímpio. E nesse caso, é
muito comum colocarmos foco naquilo que o devoto bem-aventurado não faz. “Não anda... não se detém... e
nem se assenta...”. À primeira vista entendemos que quem quer denotar devoção, não isso, não aquilo e nem aquilo outro.
Não pode, não deve e nem faz. Não, não
e não, entendendo a devoção como um rito ordenado de abstinências; uma lei. Mas
o texto segue, e então revela, aí sim, o que é um reflexo genuíno da devoção; “Antes
(ao invés disso), o seu prazer está
na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”.
Notemos
que pelo estilo da poesia, os nãos
vieram na frente. Porém o bem-aventurado
não faz isso ou aquilo porque o seu
prazer é outro. E não é uma prática autoimposta ou uma regra a cumprir. É
algo que faz por prazer e tem prazer porque é devotado. Assim como
prazerosamente fazemos tudo por alguém que amamos. Sem regra ou sentimento de
dever, mas por prazer; espontâneo e feliz porque nascido do amor. Logo, a devoção
é uma legítima e prazerosa expressão do amor a Deus. Tudo mais acontece à
reboque, pois tudo quanto ele faz será
bem-sucedido. O amor não erra.
Ora,
é óbvio que um coração devotado como compreendemos acima, se esforçará em
santidade, se manterá em incessante oração, se ocupará com alegria na leitura e
meditação na Palavra de Deus, praticando justiça e misericórdia ao próximo, em
piedosa submissão à vontade de Deus. É uma vida que reflete uma entrega total, no
desejo incondicional e sincero de honrá-Lo em tudo o que fazemos ou pensamos.
Adorando
Já
adoração é uma atitude reverente a Deus. Um ato genuflexo daquele que reconhece
Sua grandeza, soberania e bondade. É uma resposta natural e consequente ao
reconhecimento da glória e majestade do Senhor, que nos inspira e nos
impulsiona a inclinar o coração a Ele. A adoração vai muito além de meras
palavras ou rituais externos; é uma ato voluntário do coração, que expressa o
profundo amor e reverente temor a Deus.
A
Bíblia ensina que somos chamados a adorar a Deus em espírito e em verdade (João
4:23-24), o que significa que nossa adoração deve ser sobretudo sincera, vinda
do íntimo do nosso ser. Ela pode se manifestar de várias formas, incluindo
cânticos de louvor, orações de gratidão, danças, expressões artísticas, oferta
de sacrifícios de louvor e serviços ao próximo. Mas não só assim, pois há na bíblia,
ainda, atos de adoração surgidos na dor, na angústia e até na tristeza. No mais
profundo e verdadeiro reconhecimento de sua graça, cuidado e socorro. Um coração contrito e quebrantado também
adora, e há diversos salmos que revelam isso.
Louvando
Por
sua vez, o louvor é a expressão visível e sensorial da adoração que envolve
exaltar e glorificar o Senhor por Suas maravilhas e feitos poderosos. É uma
resposta jubilosa ao amor, bondade e fidelidade de Deus em nossas vidas, e é
uma parte essencial da vida espiritual, quer individual, quer coletiva, em uma comunidade
de adoradores.
Na
Bíblia, encontramos inúmeras passagens que nos exortam a louvar a Deus com
cânticos, instrumentos musicais e danças (Salmos 150:1-6). O louvor não apenas
glorifica a Deus, mas também edifica e fortalece os crentes, lembrando-nos dos maravilhosos feitos do Senhor. O que
fortalece nossa fé e confiança n'Ele.
O
louvor, portanto, é a resposta natural do reconhecimento do caráter e das obras
de Deus e é uma parte ativa, presente e por assim dizer inevitável em uma vida
de comunhão com Ele. Afinal, não fala a
boca do que o coração está cheio?
Conclamando
Seguindo
nessa linha de pensamento, parece que a sequência devoção, adoração e louvor
não foi assim disposta por acaso. Um coração devotado cujo prazer está
intimamente ligado a Deus, O adora com sinceridade, e expressa isso em diferentes
forma de louvor, quer sozinho, quer imerso na comunidade de verdadeiros adoradores.
Devoção, adoração e louvor são elementos essenciais da vida espiritual do
crente, que jamais deve se realizar por imposição ou velado sacrifício. Essas
práticas devem ser consequentes reflexos de um relacionamento significativo com
o nosso Criador; meu Senhor e meu Deus.
Lindo texto, muito bem explicado e claro. Prossigamos em adorar a Deus e viver sua palavra. Continue inspirado pelo Espírito Santo.
ResponderExcluirObrigado, Cátia, por seu incentivo e orações. Deus abençoe vc sempre...
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